Parte I
Você sabe o que é olhar para o céu
E nada ver além do luar?
Ter o coração pesado, cheio de fel
Ansiando por uma resposta justa vinda do mar?
Sim, o viver e o sentir morrem sem avisar
Quando por tua felicidade você deixa de lutar
Aquela que por último cai por terra
Quando seu coração nada mais é do que um campo de guerra.
Então, se nada lhe restar no fim
Feche os olhos e conte até cem
O milagre divino recriará a beleza
A ti será entregue em forma humana
Ela decerto mudará teu mundo
Ó bela, perfeita e sagrada Julliane.
Será conhecida e exaltada como a salvadora,
a decidida guerreira, a mais doce entidade
Com um toque de paz tornar-se-á vossa redentora
E finalmente aprenderás o que chamam “felicidade”.
Não, não mais entenderás o que é a dor
Pois enfim verás a vida com apenas uma cor
O azul-mar, cheio de pureza infinita
O azul-oceano, o inacabável amor que nela habita.
Então por fim viverás feliz
Feche os olhos e deixa a luz banhar-te
Sinta o futuro escrito na suave brisa
Para sempre ela será tua companheira
Senhora do Oceano, fonte de vida
Ó bela, perfeita e sagrada Julliane.
Louvareis aos céus pelo presente dado a ti
E aprenderás a fundo que tua vida agora é sonhar
Não sonharás como o tolo, renegado filho de Parvati
Mas perceberás que a felicidade ao sonhar é o dia de amanhã planejar
Ah, mas não enganes vosso coração
És humano, necessitado de proteção
Louco, despontarás a Senhora com tua hipocrisia
E por dias viverás a angustia de vagar em profana maresia
Então voltarás a ver em preto e branco
Jogado sozinho à dor que mereceis
Patética criatura que renegas a luz!
Mas um ato mudará tudo
Por ti, insensível mortal, ela se apaixonou
A bela, perfeita e gentil Julliane
Teu dever será fazê-la sentir-se amada
Conquistares o coração, a alma e a mente
Sem ti, escolhido do Oceano, o tudo dará lugar ao nada
Sejas sincero agora, e diga-me o que sente.
Ah, nada sou além de um plebeu
Que por graça divina o negro destino perdeu
Renego tudo o que sou, e que fui um dia
Em prol do amor da Senhora, desejo viver em plena harmonia.(Sete luzes se ascendem. Eis o meu singelo presente, minha amada).
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